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Doce, pra que te quero, doce? Na atualidade, há um certo ar de caça às bruxas, digo, aos doces. Tornaram-se vilões na guerra à obesidade. Especialmente o açúcar virou persona no grata. Mas, há que nos lembrarmos que há diferentes formas de adoçar.

Desde o mel, uma mistura de frutose e glicose, à calda de agave (de um cacto), aos diferentes tipos de açúcares da cana-de-açúcar – melado, mascavo e demerara, que conservam diversos nutrientes – ao açúcar cristal e refinado (que perdem grande parte dos nutrientes), ao açúcar de beterraba e os adoçantes químicos.

O fato é que a humanidade descobriu o doce sabor. E, ao longo dos tempos, foi criando e inventando formas de adocicar a vida. Desde as formas de secar frutas que, desidratadas, além de ainda serem comestíveis, acentuavam o seu sabor e poderiam se estocadas, pois a perda de água diminuía a ação microbiológica no alimento.

Teria sido na Índia, um século antes de Cristo, que se descobriu como produzir o "pó doce" de cana-de-açúcar. E, os árabes espalharam a cana desde o Egito, ao Norte da África e à Palestina. Com o comércio entre  Europa e Oriente, no século 7 d.C., o açúcar chega ao continente europeu. Inicialmente servia para os medicamentos e para encantar as damas.

Mas, era artigo raro e caro, um luxo para reis e membros da corte. Com os portugueses, a cana-de-açúcar foi introduzida na ilha da Madeira, e serviu para produzir riqueza. Pois o "pó doce" ainda era artigo caro que ajudou a financiar os empreendimentos navais portugueses. Com a introdução da cana no Brasil, o "pó doce" ajudou a impulsionar a nossa economia.Não é por menos que temos uma tradição de doces portugueses, especialmente os derivados de ovos e açúcar, graças aos dotes gastronômicos das freiras e monjas, cujas receitas eram guardadas nos conventos e mosteiros. A doçaria portuguesa se notabilizou na Europa. E foi apurada ao longo de séculos de experimentação e de novos ingredientes.

Assim, temos os papos de anjo, toucinhos do céu, ovos moles, travesseiros de Sintra, pastéis de nata ou de Belém, pastéis de feijão (sim com feijão), queijadas de Coimbra, fios de ovos, baba de moça, quindim, pão-de-ló, bem-casados (descendente do alfajor árabe), aletria e até o arroz-doce. Naquela época, os menos ricos saboreavam a chamada doçaria pobre: bolinhos e biscoitos!

 

Não é à toa que temos antigas confeitarias de tradição portuguesa no Brasil. Por exemplo, a Casa Mathilde cuja marca foi adquirida por um dos quatro donos portugueses. Esta marca remonta a 1850, à Fábrica de Queijadas Mathilde, perto de Sintra. E, preferida pelo Rei, era fornecedora oficial do palácio.Não é por menos que temos uma tradição de doces portugueses, especialmente os derivados de ovos e açúcar, graças aos dotes gastronômicos das freiras e monjas, cujas receitas eram guardadas nos conventos e mosteiros. A doçaria portuguesa se notabilizou na Europa. E foi apurada ao longo de séculos de experimentação e de novos ingredientes.

Assim, temos os papos de anjo, toucinhos do céu, ovos moles, travesseiros de Sintra, pastéis de nata ou de Belém, pastéis de feijão (sim com feijão), queijadas de Coimbra, fios de ovos, baba de moça, quindim, pão-de-ló, bem-casados (descendente do alfajor árabe), aletria e até o arroz-doce. Naquela época, os menos ricos saboreavam a chamada doçaria pobre: bolinhos e biscoitos!

Então, os brigadeiros, beijinhos, bichos-de-pé, bombas, olhos-de-sogra, camafeus, bolos recheados, rocamboles, sonhos, se misturam com outros doces de influência árabe, americana, ou com toques orientais etc. E que alimentam a imaginação e o impulso de muitas empreendedoras e empreendedores que fundam doces negócios de diferentes portes.doce